quinta-feira, 25 de abril de 2019

Edifício Esther

Praça da República

Em 1933, quando a cidade ultrapassou a marca de um milhão de habitantes, um considerável número de edifícios verticais passaram a ser construídos, em decorrência da expansão demográfica urbana e verticalização em massa entre os anos 30 e 40, o elevado preço dos aluguéis e valorização da terra na região do centro expandido marcaram transformações no quadro residencial e urbano.

Projetado pelos arquitetos Álvaro Vital Brazil (1909 - 1997), então com apenas vinte e seis anos e Adhemar Marinho (1909-), em 1936 e inaugurado em 1938, foi construído para ser a nova sede do escritório da Usina de Açúcar Esther, originalmente sediada em Cosmópolis, no interior de São Paulo. 

O industrial Paulo de Almeida Nogueira, dono da empresa, queria um prédio que fosse capaz de acomodar diferentes departamentos da administração da companhia além de unidades residenciais.
Com a edificação desta construção moderna na capital do estado de São Paulo, a família Nogueira pretendia destacar sua importância na economia estadual.
Um marco da arquitetura no Brasil e é considerado um dos mais conhecidos e importantes edifícios de São Paulo. 

Primeiro de uso misto, combinando unidades residenciais e comerciais na mesma torre com onze andares e dez mil metros quadrados de área construída, abrigando cento e três escritórios, apartamentos simples e duplex e um restaurante em seu terraço.

O Edifício Esther, e composto de salas comerciais de diferentes tamanhos, capazes de abrigar diferentes profissionais de carreiras distintas e salas que pudessem também acomodar o escritório da Usina de Açúcar Esther, contabilidade e salas de superintendência, diretoria, presidência e sala de reuniões, e  também apartamentos que ocupavam os demais andares do edifício, com no máximo dez pavimentos.

Mário de Andrade, no ano de 1943 em um artigo para O Estado de São Paulo, retrata o edifício como um dos grandes exemplos da nova arquitetura em desenvolvimento no Brasil em confrontação ao neocolonial.

Sua construção fez surgir duas novas vias: as ruas Gabus Mendes e Basílio da Gama, contribuindo, também, para as edificações que o sucederam nas ruas Sete de Abril, Marconi e Avenida Ipiranga.
Logo passou a ser frequentado pela alta sociedade paulistana. As unidades comerciais foram tomadas por advogados, contadores e engenheiros, enquanto as residenciais recebiam boêmios, artistas e intelectuais.
A construção abrigou a primeira sede do Instituto de Arquitetos do Brasil, o Clube dos Artistas e Amigos da Arte, e considerável parcela de pintores, escultores, arquitetos e literatos.
Nele moraram Di Cavalcanti e o lendário jornalista e cronista social Marcelino de Carvalho, o arquiteto modernista Rino Levi também teve lá seu escritório. 
Nos anos 50, a efervescente boate Oásis, localizada no subsolo, aglutinava intelectuais. O jornalista Assis Chateaubriand era um dos frequentadores assíduos e foi em reuniões no subsolo do Esther que idealizaram o Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Atualmente o Edifício abriga escritórios de contabilidade e de arquitetura liderado por Alvaro Puntoni um profissional premiado no Sebrae São Paulo, e conta com um restaurante, além de uma mesquita muçulmana também localizada no prédio.
O industrial Paulo de Almeida Nogueira concebeu um "concurso fechado",vários arquitetos inscreveram seus projetos arquitetônicos baseados na Ideia primordial do proprietário.
Em 1934 o projeto dos arquitetos Álvaro Vital Brazil e Adhemar Marinho, foi o escolhido, acredita-se que tenham sido os escolhidos a partir do fator econômico: o escritório vencedor apresentou o orçamento geral referente ao preço final da obra estimado em cinco mil e quinhentos contos de réis.
O projeto um grande paralelepípedo com janelas horizontais, cilindros agregados às faces menores e uma marquise que contorna toda a edificação, as faixas de vidrolite preto existentes no predio não existiam no anteprojeto.
Em 1965, a Usina açucareira, para evitar gastos, mudou seu endereço de volta para o interior do estado de São Paulo. A família Nogueira deixou de fazer a manutenção do edifício e todas as unidades foram vendidas.
Nos anos 1970 houve a descaracterização do edifício, que passou a ser ocupado como cortiço, em volta dele foram colocadas grades para impedir a invasão de moradores de rua.
Quase foi demolido nos anos 80, mas devido à sua importância histórica e arquitetônica, o Edifício Esther foi, em 1988, tombado pelo CONDEPHAAT
Em agosto de 2016 chef de cozinha francês Olivier Anquier que havia residido na cobertura  se interessou pelo espaço e se uniu com seu irmão Pierre e o chef Benoit Maturin, também francês, para restaurar o ambiente, construindo um restaurante, o Esther Rooftop,  Há outro restaurante no 2° andar, com capacidade para 150 pessoas. 
Sua localização é significativa, integrado à histórica Praça da República, vizinho do edifício do Instituto de Educação Caetano de Campos (hoje sede da Secretaria Estadual de Educação) e construções projetadas por Rino Levi e Oscar Niemeyer.
Fonte wikipedia archdaily.com
Fotos: Vincent Bevins ArchDaily





O arquiteto Álvaro Vital Brazil (1909 - 1997) Foto cedida por, Daniel Migotto Certeza




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