sábado, 7 de novembro de 2020



Pantheon do Ipiranga.

Muitos conhece o monumento abaixo, o que muitos não sabem e que ai repousam os restos mortais da primeira Imperatriz do Brasil Maria Leopoldina, ao lado de seu esposo o Imperador Pedro I.
Maria Leopoldina foi arquiduquesa da Áustria, imperatriz do Brasil entre 1822 e 1826, e rainha de Portugal por oito dias, em 1826.


Seu nome de batismo era: Caroline Josepha Leopoldine Franziska Ferdinanda, no Brasil em função do casamento e como resolveu acrescentar Maria ao seu nome, ficou sendo: Carolina Josefa Maria Leopoldina Francisca Fernanda Beatriz de Habsburgo-Lorena, mais simplificado para Maria Leopoldina.
Os grandes interesses de Leopoldina eram botânica e mineralogia. Um ponto importante da sua educação foi ser ensinada a respeitar cegamente as decisões da família e a colocar os interesses de Estado e da monarquia sempre à frente.
Durante a vida, Leopoldina procurou formas de acabar com o trabalho escravo, em uma tentativa de mudar o tipo de mão de obra no Brasil, a imperatriz incentivou a imigração europeia para o país. 


A cerimônia do casamento, celebrada pelo Arcebispo de Viena, se realizou na terça-feira dia 13 de maio de 1817, data de aniversário de D. João VI. A cerimônia foi realizada por procuração, na Igreja de Santo Agostinho, em Viena. D. Pedro foi representado pelo tio de Dona Leopoldina, o arquiduque Carlos da Áustria-Teschen, grande chefe militar, herói da Batalha de Aspern-Essling, ocorrida em 1809. Maria Leopoldina e Pedro receberam uma bênção nupcial em 6 de novembro de 1817, no Rio de Janeiro, quando do desembarque da princesa no Brasil.




D. Pedro entregou o poder a D. Leopoldina, no dia 13 de agosto de 1822, nomeando-a chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil. 
 Maria Leopoldina, atuando como regente, durante a reunião de 2 de setembro de 1822 com o Conselho de Ministros, bem como outros personagens importantes, assina a Declaração de independência do Brasil e envia um mensageiro ao Príncipe Pedro que então se encontrava na província de São Paulo, levando-o ao "Grito do Ipiranga" em 7 de setembro.






Maria Leopoldina com cinco dos seus sete filhos.


Em 25 de junho de 1954, o Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Prof. Ernesto de Souza Campos, em carta dirigida  ao Príncipe D. Pedro Henrique, então Chefe da Casa Imperial brasileira, em nome do IHGSP e da Prefeitura. 

Com os dizeres: “Como é do conhecimento de Vossa Alteza Imperial, a Prefeitura construiu no Ipiranga, exatamente no local  em que D.  Pedro  I proclamou a Independência do Brasil, um belíssimo Pantheon todo revestido de mármore e bronze para nele serem guardados e venerados os despojos de Sua Majestade o Imperador e Sua Augusta Esposa, D. Leopoldina, que muito trabalhou pela nossa Independência. [...] Muito nos honraria se Vossa Alteza Imperial aquiescesse em ser efetuada a trasladação ora solicitada”.

Somente em  26 de julho do mesmo ano D.Pedro Henrique responde alegando só ter recebido a carta em 21 de julho, o teor da carta e tão marcante que a transcrevo na integra:

Devo dizer a V. Excia. que acho a idéia feliz, pois D. Leopoldina bem merece descansar ali onde o Brasil nasceu como nação independente, ela que tanto fez pela independência do Brasil e tanto a desejou.

Como Chefe da Casa Imperial do Brasil dou meu consentimento para esta trasladação dos despojos de minha venerada Ancestral, mas devo antes pedir algumas condições que passo a expor.

Primeiro. Que a Câmara Mortuária do Pantheon seja adornada de um grande Crucifixo, que dê ao mausoléu um caráter religioso.

Segundo. Que haja um altar no Pantheon onde se possam celebrar Missas em sufrágio das almas dos que lá descansarem.

Terceiro. Que o mausoléu seja previamente bento por sacerdote católico.

Minha Família é e sempre foi profundamente católica, e não poderia se conformar que algum de seus membros repousasse em terra e ambiente não sagrados.

Uma vez garantidos estes três pontos, eu, como Chefe da Casa Imperial, consinto prazenteiramente que os despojos de D. Leopoldina sejam trasladados da Igreja do Convento de Santo Antonio para o Mausoléu do Ipiranga.

Quero porém crer que V. Excia. se tenha igualmente dirigido a meus primos, os Senhores D. Pedro Gastão e D. João de Orléans e Bragança, cujo consentimento também é necessário para se tocar no sepulcro de nossa augusta Avó.

Felicito V. Excia. pela luminosa iniciativa, que dará um cunho sagrado à histórica colina do Ipiranga, e fará do Monumento de nossa independência um memorial ainda mais eloquente, a tornar viva aos presentes a epopéia de nossa Emancipação política.

Deus guarde V. Excia.

a) Pedro Henrique de Orleans e Bragança

A imperatriz Maria Leopoldina morreu no Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, bairro de São Cristóvão, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, em 11 de dezembro de 1826.

A cerimônia fúnebre foi presidida por Francisco Mont'Alverne, pregador oficial do Império do Brasil.

Seu corpo, revestido do manto imperial, foi colocado em três urnas: a primeira de pinho português, a segunda de chumbo (com a inscrição latina própria, sobre a qual havia uma caveira com duas tíbias cruzadas, e sobre esta, o brasão imperial em prata) e a terceira de cedro.

Foi sepultada no Convento da Ajuda, na atual Cinelândia. Quando o convento foi demolido, em 1911, os restos foram transladados para o Convento de Santo Antônio, também no Rio de Janeiro, onde foi construído um mausoléu para ela e alguns membros da família imperial. 

Em 1954, foram transferidos definitivamente para um sarcófago de granito verde ornado de ouro, na Capela Imperial, sob o Monumento do Ipiranga, na cidade de São Paulo.


Em 1972, aniversário de 150 anos da independência, o corpo de D Pedro I, transladado para o Brasil – conforme havia pedido em seu testamento – acompanhado de grande pompa e honras dignas de um chefe de estado, enquanto seu coração continua na Igreja da Lapa no Porto em Portugal conforme era seu deseja.

Os restos mortais de sua segunda esposa  Amélia de Leuchtenberg, foram tambem trasladados, para o Monumento do Ipiranga em 1982.


 fontes: .monarquirg.br educacao.uol historiadomundo.com wikipedia.org
fotos: retiradas do google.

domingo, 11 de outubro de 2020

 Vila Medeiros



Vila Medeiros é um distrito situado na Zona Norte do município de São Paulo e pertence à Subprefeitura de Vila Maria -Vila Guilherme.

Localizado entre a Vila Maria, Vila Guilherme, Tucuruvi, Jaçanã, Itapegica e Ponte Grande, os dois últimos, pertencentes à Guarulhos.

Fazem parte do território de 7,7 km² do distrito 13 bairros, são eles: Vila Medeiros, Vila Sabrina, Vila Ede, Vila Munhoz, Jardim Brasil, Jardim Guançã, Jardim Julieta, Conjunto Promorar Fernão Dias, Jardim Neida, Vila Alegria, Vila Elisa, Vila Luísa, Parque Novo Mundo (parte).

O Português, Francisco de Medeiros de Jordão, que adquiriu 68 alqueires de terra na região em 1909 junto às famílias Buono e Rodrigues, e a dividiu, primeiro em grandes chácaras, e logo em seguida em loteamentos, de famílias conhecidas, como os Buono e os Mazzei.


Tempos difíceis para os primeiros moradores, pois os habitantes da região tinham de andar a pé quilômetros ate a Estação do Tucuruvi, e lá tomar o trem da Cantareira.

Contam os primeiros moradores da Vila Ede, que chegaram ao local lá pelas primeiras décadas do século XX. faltava de tudo menos o espírito de luta dos moradores.

Recebeu o nome de Vila Edi por ter sido loteada em terras pertencentes a Ede Mazzei, uma das filhas do grande loteador da Zona norte Henrique Mazzei.


Paroquia de Nossa Senhora do Loreto, inaugurada em 11 de julho de 1954. 
A criação da igreja derivou de um acidente aéreo, um casal de italianos que estava nas proximidades quando ocorreu a queda de um pequeno avião. Sobreviventes da tragédia, ergueram em nome do bairro o Santuário.


 

 

Somente em 1954 o bairro se ligou ao centro, pelo ônibus da linha Concórdia – Vila Medeiros.



Vila Medeiros é o bairro que mais perdeu moradores

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da Prefeitura de São Paulo, o bairro da Vila Medeiros, possuía no início da década de 80, cerca de 160 mil moradores.

Passados 36 anos, a região “diminuiu” e sua população caiu para 135 mil pessoas, um decréscimo de 16,8%. O número de residências também “caiu” de 40.283 para 39.323, e essa redução de moradores foi um dos pontos que nortearam a nova lei de zoneamento da cidade.


Segundo a Secretaria de Estado da Educação a região e atendida por 14 escolas.

Uma das associações de bairro mais atuantes da ZN, a ASSORAVIM (Associação Reivindicativa e Assistencial de Vila Medeiros) foi fundada no dia 24/04/1966, e registrada em 20/05/1966 por um grupo de moradores da Vila Medeiros.  Inicialmente tinha a sigla SORAVIM, depois alterada para o nome atual.


 

 
Vista aerea da região:
 

 

 Fontes:wikipedia .spbairros. 32xsp.org educacao.sp. znnalinha .jornalspnorte.

Fotos: saopaulobairros .jornalspnorte.

 

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

O Beijo Eterno

 

Criada em 1922 como parte de um grande monumento em homenagem a Olavo Bilac (1865–1918), poeta parnasiano bastante popular no início do século 20.

O escritor e poeta, embora nunca tenha sido aluno da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, chegou a assistir algumas aulas, e era muito popular entres os alunos, por ser um dos principais líderes do movimento nacionalista, na época da Primeira Guerra Mundial, considerado muito importante no país".

"Em 1915, Bilac chegou a fazer um discurso na faculdade que ficou muito famoso, emocionando as pessoas, lembrado e citado de cor por vários anos.

Com sua morte em 1918, um grupo de estudantes quiseram homenagear o poeta com um monumento público. 
Para isso, fizeram um financiamento coletivo para bancar o projeto, um conjunto de oito figuras: entre elas, Pátria e Família, O Caçador de Esmeraldas, e  O Beijo Eterno que é uma representação de um poema homônimo de Bilac.

Foi contratado o escultor sueco William Zadig, mais na parte final do trabalho, dinheiro para completar as estátuas estava acabando, mas foram socorridos pelo então presidente da Liga Nacionalista, Frederico Vergueiro Steidel. 
A entidade "passou o chapéu" no comércio paulistano e em redações de jornais para arrecadar o valor que faltava.

O colossal  monumento foi inaugurado na confluência das avenidas Paulista, Consolação e Angélica em 7 de setembro de 1922, como parte das comemorações do centenário da Independência do Brasil.



A obra foi muito elogiada por quase todos os jornais da época, mais A Gazeta, iniciou uma campanha contra o monumento e pedindo inclusive sua demolição, alegando que ele não tinha qualidades estéticas.

Uma das criticas era o fato do escultor não ser brasileiro embora residisse aqui e fosse casado com uma brasileira, o nacionalismo estava em todas as discussões, inclusive na arte
influenciados pela Semana de Arte Moderna acontecida poucos meses antes(embora na época ela não tivesse a importância que recebe hoje).

A Gazeta afirmava com rasão que O Beijo Eterno não tinha qualquer relação com o famoso poema de Bilac, porque a estátua representava um encontro amoroso entre uma índia e um português, cena que não é citada em nenhum dos 59 versos da poesia.

Heloisa Barbuy, professora de museologia da USP, disse sobre a estatua: "Não se tem informação de que o artista queria retratar um beijo inter-racial entre uma índia e um branco, mas foi assim que a obra ficou conhecida. 
E isso foi tratado de maneira preconceituosa na imprensa. A Gazeta chamou a personagem de 'bugre', uma palavra pejorativa para se referir aos indígenas".

O monumento foi finalmente desmontado em 1935, quando a prefeitura mudou o trânsito na região, e algumas das peças foram levadas para outros pontos da cidade.

Por sua vez, O Beijo Eterno foi parar em um depósito da prefeitura, onde permaneceu por muitos anos.

Em 1953, quando assumiu a prefeitura, Jânio Quadros que conhecia a história de O Beijo Eterno, ele também estudou e se formou em Direito no Largo São Francisco, onde a estátua era célebre.



Segundo consta em uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a prefeitura tinha instalado, anos antes, a imagem na entrada do colégio estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, mais ela ficou na escola por pouquíssimo tempo, pois os pais dos estudantes se mobilizaram para retirá-la, com a alegação que a figura era "imoral".

Em 1956, Jânio manda a colocar no Bairro do Cambuci onde residia, mais novamente foi organizado um longo abaixo-assinado para que a obra fosse removida imediatamente do bairro, alegando que ela atentava contra os bons costumes, Jânio não resistiu à pressão e, O Beijo Eterno voltou ao depósito da prefeitura.

Dez anos depois da censura no Cambuci, em 1966, o então prefeito José Vicente Faria Lima decidiu instalar O Beijo Eterno na entrada do túnel da avenida 9 de Julho, no centro da cidade, mas houve nova resistência.



Em um discurso na Câmara, o sr Antonio Sampaio, dizendo-se portador de memorial assinado por senhoras residentes da 9 de Julho e membro da Arena (partido politico), solicitou a retirada da estátua, segundo o O Estado de S.Paulo em 8 de outubro de 1966. citando o vereador, a estátua constitui um 'verdadeiro acinte ao decoro e aos bons costumes do paulistano'".

Mais dessa vez, uma reviravolta selaria o destino da escultura: os estudantes da Faculdade de Direito decidiram agir, fretaram um caminhão, invadiram o espaço da prefeitura e furtaram a figura de bronze de 400 quilos.



Segundo o jornal Folha de S.Paulo  a história e  um pouco diferente: a estátua não chegou a sair da entrada do túnel, ela foi resgatada pelos universitários.

Ela foi instalada em frente ao campus, e os alunos ainda fizeram uma ameaça: se a estátua fosse retirada do Largo São Francisco, iriam cobrir com panos todas as outras representações de pessoas nuas que houvesse na cidade.


"Os estudantes se sentiram no direito de pegar a estátua, porque ela é um patrimônio da faculdade. Foi Largo São Francisco que financiou sua construção", diz José Carlos Madia de Souza, presidente da Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Direito da USP.



Depois do furto, O Beijo Eterno não saiu mais do calçadão em frente à faculdade: passou incólume até pela ditadura militar, que tinha uma máquina ativa de censura à liberdade de expressão e artística.



O Poema termina assim:

Quero um beijo sem fim

Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!

Ferve-me o sangue: acalma-o com teu beijo!

Beija-me assim!

O ouvido fecha ao rumor

Do mundo, e beija-me, querida!

Vive só para mim, só para minha vida,

Só para o meu amor!"

fontes: .bbc.com  terra.com

fotos: bbc.com spbairros



terça-feira, 22 de setembro de 2020

Estação Júlio Prestes


Localizada Praça Júlio Prestes, 148, no distrito de Santa Cecília, no bairro dos Campos Elísios.

Inaugurada em 10 de julho de 1872 pela Estrada de Ferro Sorocabana. 
A antiga estação ficava ao lado da Estação da Luz, o que facilitava o bandeamento do café para a São Paulo Railway, a única ferrovia que fazia o trajeto da capital ao porto de Santos, e denominava-se Estação São Paulo.

A estação ligava a cidade de São Paulo a Piracicaba, Santos e Presidente Epitácio, divisa com Mato Grosso do Sul sacos de grãos de café vindos do Sudoeste e Oeste Paulista e Norte do Paraná para a capital.




Edifício construído, entre 1910-1914, pelo Escritório Técnico de Ramos de Azevedo e sua original ocupação pretendia ser o principal meio administrativo da Associação Central e, em seguida da Estrada de Ferro de Sorocaba. 




Apos seu enriquecimento com o transporte de café, resolveram construir outra estação, renovada e maior. 
A estação foi projetada por Cristiano Stockler das Neves e Samuel das Neves em 1925, em função à instabilidade econômica, que afetou praticamente todos os países capitalistas da época, provocada pela Grande Depressãosó foi parcialmente concluída no ano de 1938.



Muito antes de ser concluída a construção por completo em 1930 (área das plataformas) o embarque passou a ser realizado na estação.


Com 25 mil metros quadrados, a estação foi inspirada nos terminais de Nova York Grand Central e Pennsylvania, e projetada pelos arquitetos Cristiano Stockler das Neves e Samuel das Neves. 
O projeto em 1927 chegou a ser premiado no III Congresso Pan-americano de Arquitetos e tem características como estrutura de concreto, alvenaria de tijolos, colunas e forros trabalhados marcaram o estilo Luis XVI da construção. 
Além disso, o pé-direito alto conferiu à estação uma sensação de luxo e amplitude, com esculturas na torre do relógio e arcos nas janelas. 
A plataforma da estação foi construída com estrutura metálica vinda do hangar do zepelim.(?) 
No interior da estação existe um jardim clássico francês de 960 metros quadrados, embora no projeto original o espaço devesse ter sido ocupado por um hall cercado de colunas em estilo coríntio e coberto por vitrais — a falta de verbas inviabilizou o imponente hall.
Em 1951 teve seu nome alterado em homenagem ao ex-presidente do Estado de São Paulo Júlio Prestes.

Na década de 1990, o governador Mário Covas, atendendo a um pedido do regente da Orquestra Sinfônica de São Paulo, John Neschling, decidiu restaurar a estação de maneira que o local onde antigamente localizava-se o jardim fosse convertido em uma sala de concertos, a Sala São Paulo.





Além da sala de concertos, a estação é utilizada para transporte público atualmente serve aos trens da Linha 8 da CPTM, que tem como destino final a estação de Itapevi, e abriga ainda a sede da Secretaria de Cultura de São Pauloe, desde 1999, é a casa de concertos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp).
O Condephaat aprovou projeto de ligação interna entre as estações Luz e Julio Prestes, com a construção de aproximadamente duzentos metros de túnel ou passarela, a fim de desafogar a demanda da Estação da Luz.

A Estação Júlio Prestes é considerada um dos principais pontos turísticos da cidade de São Paulo, por si e por elementos próximos com a Pinacoteca, a Biblioteca Walter Way, o Memorial da Resistência, (que possui registros da época do Regime Militar), que ocupam suas antigas instalações e que foram também ocupadas pelo  DEOSP.

Tombada pelo Condephaat resolução: SC 27 de 8/7/99

fonte: wikiédia condephaat.sp.gov
fotos: 
Atlantica HotelsGoverno do Estado de São Paulo,  Werner Haberkorn José Rosael/Hélio Nobre/Museu Paulista da USP

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

 

Arquivo Público do Estado de São Paulo

 Rua Voluntários da Pátria, 596 Santana.


Em 1721, por iniciativa do então governador da Capitania de São Paulo, Dom César de Meneses começa a ser posto em ordem os documentos da governança, arquivados no Pátio do Colégio, sede do governo na época. 

 Na gestão de Américo Brasiliense em 1892 e criada pelo Decreto nº 30, de 10 de março de 1892 “Repartição de Estatística e do Archivo do Estado” subordinada a Secretaria do Interior.

No ano de 1899, o então presidente do Estado de São Paulo, coronel Fernando Prestes de Albuquerque "manda remover para o archivo publico do Estado todos os papeis, autos e livros existentes no cartorios dos escrivães do judicial, officiaes de registros e tabelliães de notas, anteriores ao século 19º" (Lei nº666, de 6 de setembro). 


Em 1906, a Repartição é transferida do Palácio do Governo para o andar térreo nos fundos da Igreja dos Remédios (Rua Onze de Agosto, 80), no bairro da Sé, (o edifício seria demolido em 1940 para ampliação e reurbanização da praça João Mendes). 


O Arquivo Público permaneceu nos fundos da Igreja Nossa Senhora dos Remédios ate o ano de 1912, quando e transferido para Rua Visconde de Rio Branco esquina com Rua Timbiras.

Ainda em 1912 a Comissão nomeada pelo então presidente Tibiriçá encera seus trabalhos de 6 anos com a destruição de imensa quantidade de documentos que consideraram sem valor histórico.

A Repartição é transferida da Secretaria do Interior para a Secretaria de Estado dos Negócios da Educação e da Saúde Pública, em 1967 passaria para a Secretaria de Cultura, em 2007 para a Casa Civil .
Em 1938 o governador Ademar de Barros a desmembra criando os: Departamento Central de Estatística (futura Fundação SEADE) e o Departamento do Arquivo do Estado. 
A 26 de novembro de 1949 o Arquivo sofre tremendo golpe: sendo obrigado a mudar-se as pressas do prédio que ocupava e que é desapropriado. Isto ocasionou a desorganização completa de seu acervo, provocando acerbas críticas dos jornais ao Governo de então, seu acervo e guardado em 3 locais diferente ficando suas atividades praticamente paralisadas.
Em 1953 instala-se na Rua Dona Antônia de Queiros, 183 Consolação, em prédio de excelente iluminação natural, antiga sede da Manufatura de Tapetes Santa Helena.





A partir de 1976, recebe arquivos pessoais de ex governadores:
1976 Altino Arantes
1978 Armando Salles de Oliveira 
1984 José Carlos de Macedo Soares
1981 e 1990 Julio Prestes
1991 Washington Luis (determinado em seu testamento)
2001 Ademar de Barros 

Em 1994 o Governo do Estado de São Paulo abre acesso a todos os documentos do DEOSP/SP, o primeiro estado brasileiro a liberar na integra documentos referente ao período ditatorial, mediante identificação e termo de responsabilidade.

Em 1997 finalmente apos cem anos de sua criação o Arquivo recebe uma "sede própria" no Bairro de Santana, onde antes funcionou a Fabrica de Tapetes Atlântica "ITA"(coincidentemente outra fabrica de tapetes na historia do arquivo), em 2012 e inaugura o moderno edifício atual. 
1ª foto Rua Voluntários da Pátria, 2ª Av. Cruzeiro do Sul.





Fontes e fotos: acervo.estadao arquivoestado.sp.gov.br




sexta-feira, 11 de setembro de 2020

 Guaianases

  Lajeado Velho


As origens de Guaianases, e a mesma de Itaquera ambas nasceram de aldeamentos indígenas ate aproximadamente 1820, depois dessa data os índios já estavam extintos e as terras da região nas mão de proprietários particulares.
 
O distrito ficava as margens da Estrada do Imperador que ligava São Paulo ao Rio de Janeiro e a  Minas Gerais, onde existiam parada e hospedagem para os viajantes.

Um dos registro mais antigos e da chácara  do  Major Anibal que serviu de estadia para o Imperador Pedro I algumas vezes.

Como era tradição se construiu uma Igreja em homenagem a Santa Cruz do Lajeado Velho, onde hoje está instalada a paróquia de Santa Quitéria.

3 de maio de 1861 foi criado o bairro do Lajeado Velho e uma capela chamada Santa Cruz foi erguida.

Lentamente o local foi crescendo, com a instalação de diversas olarias nas imediações e com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro do Norte mais tarde foi conhecida como Estrada de Ferro Central do Brasil.

Em 1879, foi fundada a nova Capela de Santa Cruz e a antiga teve seu nome alterado para Santa Quitéria, porém viria a ser derrubada em meados do século XX para a construção de um novo templo.

A partir de 1912,  vieram os imigrantes italianos e posteriormente os espanhóis, para dedicar-se à extração de pedras através das Pedreiras Lajeado e São Mateus.

Mais tarde, começou o domínio da família Matheus que construiu um grande império no bairro, em 7 de setembro de 1950, Isidoro Mateus fundou o E.C. Santa Cruz de Guaianases, nome que homenageava a Igreja de Santa Cruz, até hoje, o time é considerado histórico dentro do futebol amador do estado de São Paulo e tinha a maior torcida da várzea paulistana. Além disso ficou conhecido como "Galo da Central"

No anos 1920,  se tornou mais populoso, as olarias, as pedreiras, e a Estrada de Ferro Norte deram um impulso na economia local. 

Em 1957, o distrito recebeu oficialmente o nome de Guaianases, que era a tribo que o habitava.

Guaianases, no extremo leste de São Paulo, já foi apontado como um dos bairros mais precários do município, o distrito de Cidade Tiradentes ainda fazia parte da subprefeitura de Guaianases, então, o distrito agrupava toda essa região também, conhecida como uma das mais carentes do município, uma região que, por muitos anos, fora esquecida pelas autoridades, com muitas favelas e bairros periféricos.

As favelas representam um caso mais complexo, a maioria das ocupações irregulares data de décadas atrás e boa parte das moradias já é de alvenaria.

O distrito conta com o Centro Educacional Unificado (CEU) Jambeiro, com 3 quadras poliesportivas, 2 campos de futebol e 3 piscinas um telecentro e 1 biblioteca, e recebe aos finais de semana mais de  mil pessoas e funciona como um club social.

Alem da CPTM o distrito e servido por inúmeras linhas de ônibus que o ligam ao centro de São Paulo e a diversos bairros e cidades vizinhas.

Seu principal acesso rodoviário e a Avenida Radial Leste.

fonte: wikipedia
fotos: Albert Carlos S Domingos Ademilar Retratos nostágilcos - Guaianases

1911




















 











quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Cidade Tiradentes

“Santa Etelvina"

No século 19 a região era conhecida como o nome Santa Etelvina, Etelvina era o nome da esposa do coronel Antonio Proost Rodovalho, o conhecido Coronel Rodovalho, morador do Bairro da Penha e amigo de D.Pedro II, que inclusive se hospedava em sua mansão onde hoje fica a ladeira que leva seu nome no bairro da Penha.

O coronel era proprietário de uma das primeiras indústrias de farinha de mandioca do Brasil, e de uma fazenda onde havia extração de madeira, e uma linha férrea para um bonde (conhecido como bondinho Etelviva) que ligava o distrito ao bairro vizinho de Guaianases.

Existia cerca de 54 casas na vila, uma estação de trem/bonde e armazém, os moradores eram em maioria de espanhóis e italianos.

Foi um dos primeiros lugares a ter telefones do Brasil, na verdade não era o telefone como conhecemos hoje, mais uma linha com dois pontos, ficava um no final do bondinho e outro em Guaianases, e era usado para comércio e controle do bondinho.

O bondinho parou de funcionar logo apos a morte do coronel, motivado por disputa de seus herdeiros e novos proprietários da região.

A Casa da Fazenda, imóvel construído por Rodovalho há dois séculos esta preservada e é a atual Casa de Cultura do Hip Hop Leste.

Na década de 1970, se iniciou o processo de aquisição de uma gleba de  15 km² de terras situada na região, que era conhecida como Fazenda Santa Etelvina, a área, composta por Mata Atlântica, eucaliptos, lagos, córregos, nascentes e olarias artesanais familiares, que passou a ser ocupada por conjuntos habitacionais da Cohab (Companhia Habitacional). 

Prédios residenciais começaram a ser construídos, modificando a paisagem. O local começou a ser habitado por enormes contingentes de famílias, que aguardavam na fila da casa própria de Companhias habitacionais

A Cidade Tiradentes concentra mais de 40 mil unidades habitacionais, a maioria delas construída na década de 1980 pela Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab), Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo e por grandes empreiteiras, que inclusive aproveitaram o último financiamento importante do Banco Nacional da Habitação, antes de seu fechamento.

A Cidade Tiradentes possui, portanto, uma população estimada em 220 mil habitantes que estão, de certa forma, separados por dois níveis de pobreza: cerca de 160 mil pessoas compõem a chamada "Cidade Formal"; existe também a "Cidade Informal", formada por favelas e pelos loteamentos habitacionais clandestinos e irregulares, instalados em áreas privadas e que são habitados por cerca de 60 mil pessoas.

Cidade Tiradentes e o maior complexo habitacional da América Latina, com cerca de 40 mil moradias.

As ligações com outros distritos e a circulação interna e feita pelas avenidas, Estrada do Iguatemi, que liga com São Mateus, Itaquera e Guaianases; Avenida dos Metalúrgicos, no centro do distrito, que concentra os serviços públicos;  Avenida dos Têxteis, que se dirige em parte para o fundo de vale da Avenida dos Metalúrgicos e para o fundo de vale da avenida projetada Naylor de Oliveira; o quarto eixo é composto pela Avenida Inácio Monteiro, que permite acesso à parte leste do conjunto.

A avenida Sousa Ramos, uma das principais que cortam o bairro, já existia antes da chegada da Cohab.
Outra via importante é a Avenida Sara Kubitschek.
A região dispõe de 25 linhas de ônibus, cujos principais destinos são os terminais Parque Dom Pedro II, São Mateus, estações do Metrô de São Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.
Aconselho a leitura do relato do historiador Márcio Reis morador do bairro e autor  do trabalho de conclusão do curso de história, na Unicastelo-Itaquera.
“Formação do Bairro Cidade Tiradentes”no site:
https://www.agenciamural.org.br/cidade-tiradentes-o-que-havia-antes-de-surgir-a-maior-cohab-de-sp/
fontes: wikipedia planoeplano agenciamural
fotos: Bonacin Jatobb veja.abril  agenciamural


Vista aérea.

C.E.U



Terminal de ônibus.

 Casa do Hip-Hop Leste