Maria Leopoldina com cinco dos seus sete filhos. |
Em 25 de junho de 1954, o Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Prof. Ernesto de Souza Campos, em carta dirigida ao Príncipe D. Pedro Henrique, então Chefe da Casa Imperial brasileira, em nome do IHGSP e da Prefeitura.
Com os dizeres: “Como é do conhecimento de Vossa Alteza Imperial, a Prefeitura construiu no Ipiranga, exatamente no local em que D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil, um belíssimo Pantheon todo revestido de mármore e bronze para nele serem guardados e venerados os despojos de Sua Majestade o Imperador e Sua Augusta Esposa, D. Leopoldina, que muito trabalhou pela nossa Independência. [...] Muito nos honraria se Vossa Alteza Imperial aquiescesse em ser efetuada a trasladação ora solicitada”.
Somente em 26 de julho do mesmo ano D.Pedro Henrique responde alegando só ter recebido a carta em 21 de julho, o teor da carta e tão marcante que a transcrevo na integra:
Devo dizer a V. Excia. que acho a idéia feliz, pois D. Leopoldina bem merece descansar ali onde o Brasil nasceu como nação independente, ela que tanto fez pela independência do Brasil e tanto a desejou.
Como Chefe da Casa Imperial do Brasil dou meu consentimento para esta trasladação dos despojos de minha venerada Ancestral, mas devo antes pedir algumas condições que passo a expor.
Primeiro. Que a Câmara Mortuária do Pantheon seja adornada de um grande Crucifixo, que dê ao mausoléu um caráter religioso.
Segundo. Que haja um altar no Pantheon onde se possam celebrar Missas em sufrágio das almas dos que lá descansarem.
Terceiro. Que o mausoléu seja previamente bento por sacerdote católico.
Minha Família é e sempre foi profundamente católica, e não poderia se conformar que algum de seus membros repousasse em terra e ambiente não sagrados.
Uma vez garantidos estes três pontos, eu, como Chefe da Casa Imperial, consinto prazenteiramente que os despojos de D. Leopoldina sejam trasladados da Igreja do Convento de Santo Antonio para o Mausoléu do Ipiranga.
Quero porém crer que V. Excia. se tenha igualmente dirigido a meus primos, os Senhores D. Pedro Gastão e D. João de Orléans e Bragança, cujo consentimento também é necessário para se tocar no sepulcro de nossa augusta Avó.
Felicito V. Excia. pela luminosa iniciativa, que dará um cunho sagrado à histórica colina do Ipiranga, e fará do Monumento de nossa independência um memorial ainda mais eloquente, a tornar viva aos presentes a epopéia de nossa Emancipação política.
Deus guarde V. Excia.
a) Pedro Henrique de Orleans e Bragança
A imperatriz Maria Leopoldina morreu no Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, bairro de São Cristóvão, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, em 11 de dezembro de 1826.
A cerimônia fúnebre foi presidida por Francisco Mont'Alverne, pregador oficial do Império do Brasil.
Seu corpo, revestido do manto imperial, foi colocado em três urnas: a primeira de pinho português, a segunda de chumbo (com a inscrição latina própria, sobre a qual havia uma caveira com duas tíbias cruzadas, e sobre esta, o brasão imperial em prata) e a terceira de cedro.
Foi sepultada no Convento da Ajuda, na atual Cinelândia. Quando o convento foi demolido, em 1911, os restos foram transladados para o Convento de Santo Antônio, também no Rio de Janeiro, onde foi construído um mausoléu para ela e alguns membros da família imperial.
Em 1954, foram transferidos definitivamente para um sarcófago de granito verde ornado de ouro, na Capela Imperial, sob o Monumento do Ipiranga, na cidade de São Paulo.
Em 1972, aniversário de 150 anos da independência, o corpo de D Pedro I, transladado para o Brasil – conforme havia pedido em seu testamento – acompanhado de grande pompa e honras dignas de um chefe de estado, enquanto seu coração continua na Igreja da Lapa no Porto em Portugal conforme era seu deseja.
Os restos mortais de sua segunda esposa Amélia de Leuchtenberg, foram tambem trasladados, para o Monumento do Ipiranga em 1982.
fontes: .monarquirg.br educacao.uol historiadomundo.com wikipedia.org
fotos: retiradas do google.
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