sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Rua Varnhagen

Ruas de São Paulo e sua Historia ou Historia do Homenageado.


Poucos conhecem mais a maioria dos paulistanos e daqueles que veem a São Paulo para compras na região da 25 de março, passaram por ela ao ao menos em sua esquina com a Ladeira Porto Geral

Pequena e única travessa da Ladeira Porto Geral, com lojas de fantasias, bijuterias e vestuário.


Francisco Adolfo de Varnhagen, o Visconde de Porto Seguro, nascido em São João de Ipanema, SP, a 17 de fevereiro de 1816, filho de Frederico Luiz Guilherme de Varnhagen e de Maria Flávia de Sá Magalhães. 

Militar, diplomata e historiador brasileiro, formado pelo Real Colégio da Luz em Lisboa, em 1832 e ingressou na Academia de Marinha, que frequentou de 1832 a 1833. 

Foi escolhido para a Academia Brasileira de Letras pelo fundador Oliveira Lima e e o Patrono da Cadeira nº 38.

Foi tenente de artilharia do exército português aperfeiçoou-se em assuntos de natureza militar e de engenharia. 

Publicou em 1838 um ensaio intitulado Notícia do Brasil, e colaborou com  O Panorama, dirigido pelo grande historiador português Alexandre Herculano. 

Divulgou, fruto das primeiras notáveis pesquisas sobre a época do descobrimento do Brasil, o Diário de Navegação de Pero Lopes de Sousa

Já licenciado do exército português tornou-se sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (18 de julho de 1840).

Adido à legação do Brasil em Lisboa, em 1841, foi incumbido de pesquisar documentos sobre a História e a Legislação referentes ao nosso país.

Ainda em 1841 integrou o Imperial Corpo de Engenheiros do exército brasileiro, do qual se desligou três anos depois.

De volta à carreira de diplomata e, em 1854, editou a História Geral do Brasil, mais não assumiu a autoria, assinando apenas “por um sócio do Instituto Histórico do Brasil, natural de Sorocaba”.

Participou de missões diplomáticas em vários países da América do Sul e, em 1868, em Viena, e em 1872 representa o Brasil no Congresso Estatístico de São Petersburgo.

É agraciado pelo governo imperial com os títulos de Barão e Visconde de Porto Seguro em1874, e  percorre em 1877 o interior das províncias de São Paulo, Goiás e Bahia.

O descobrimento do BrasilO Caramuru perante a históriaTratado descritivo do Brasil em 1587História completa das lutas holandesas no BrasilÉpicos brasileirosFlorilégio da poesia brasileiraAmador Bueno, drama histórico, CancioneiroLiteratura dos livros de cavalaria, são algumas de suas obras.

Dele escreveu Oliveira Lima: “Francisco Adolfo de Varnhagen foi por certo o mais notório e o mais merecedor dos estudiosos do passado brasileiro; foi um ardente investigador, um infatigável ressuscitador de crônicas esquecidas nas bibliotecas e de documentos enterrados nos arquivos, um valioso corretor de falsidades e ilustrado conhecedor de fatos. O traço dominante da individualidade de Varnhagen é a paixão da investigação histórica à qual subordinou todas as suas manifestações de escritor. Varnhagen foi considerado o maior historiador brasileiro e um dos mais notáveis pesquisadores de que se deve orgulhar a América. Faleceu em Viena, Áustria, a 26 de junho de 1878.

Nome anterior: Travessa Porto Geral oficializada pelo ATO nº: 305 de 04/02/1932

Fontes: a já citada e dicionário de ruas.
Fotos. 
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noticias.uol 
saopaulosecreto






 

Rua Direita, Sé

Ruas de São Paulo e sua Historia ou Historia do Homenageado.



Esta entre os mais antigos logradouros da cidade de São Paulo, aberta ainda no século XVI com o intuito de fazer a ligação do centro da cidade com a antiga estrada que levava à aldeia indígena de Pinheiros.

Sem nenhum planejamento, iniciava próximo ao Pátio do Colégio, berço de São Paulo, ao lado da Igreja da Misericórdia, e após, passava pela  Igreja de Santo Antônio, seguindo  para o Vale do Anhangabaú, dali passava pela atual  Praça da Bandeira e largo da Memória ligando-se a Ladeira do Piques: hoje rua Quirino de Andrade, e então o caminho de Pinheiros, atual Rua da Consolação (antiga Estrada de Sorocaba), e entrava-se no sertão.

Em 1638 já havia referências de sua existência na malha urbana, ela era conhecida como "Rua que vai para Santo Antônio", numa  alusão à Igreja de Santo Antônio, localizada hoje na Praça do Patriarca, mais tarde, ela passou a ser conhecida como Rua Direita da Misericórdia para Santo Antônio, numa referência à Igreja da Misericórdia (hoje demolida) que localizava-se no Largo da Misericórdia. 

Era citada algumas vezes como Direita de Santo Antônio, a origem do nome " Direita", estava sempre ligado à uma Igreja, seja a da Misericórdia, seja a de Santo Antônio, nesse caso, temos 
uma referência da tradição portuguesa de denominar as ruas principais de cada cidade como iniciando-se à Direita da porta principal de cada templo.

Em 1828, a rua ganhou iluminação pública com lampiões funcionando à azeite ou óleo de peixe, e a partir de 1870, passa a ter iluminação pública a gás, bondes tracionados por burros, água encanada e calçamento com paralelepípedos, e iluminação elétrica a partir de 1890.

Juntamente com as Ruas São Bento e XV de Novembro, forma o “Triângulo” paulistano, representando o centro, intelectual e elegante e comercial da cidade de São Paulo dos finais do século XIX e início do século XX.

Em 11/12/1891, vereadores aprovaram uma indicação substituindo o nome da "Rua Direita" para "Rua D. Pedro de Alcântara", mas, na sessão do dia 18/12/1891, esta decisão foi anulada.
Através da Resolução nº 82 de 12/03/1897, a Câmara Municipal novamente substituiu o nome da "Rua Direita" para "Rua Marechal Floriano Peixoto", porém, no dia 28/08/1899 (Lei nº 416), a denominação "Direita" foi restaurada.

Moradores ilustres, o Barão de Iguape (Antônio da Silva Prado), o primeiro a receber o titulo de prefeito de São Paulo, e filho de D. Veridiana Valéria da Silva Prado, o Barão do Tietê (José Manoel da Silva) deputado geral e presidente interino da Província de São Paulo três vezes, e ainda o senador Nicolau de Campos Vergueiro, integrou a Regência Trina provisória após a abdicação de D. Pedro I.

Nela foi construído o  Edifício Guinle, considerado o 1º arranha-céu de São Paulo, com 7 andares, sendo o precursor da verticalização na cidade, construído entre os anos de 1913 a 1916, de autoria do arquiteto Hipólito Pujol Junior, sua construção apenas aprovada após laudo oficial, pois o prefeito Barão de Duprat duvidava que um edifício de tal porte tivesse estabilidade, só liberado após aval do  engenheiro Antônio Francisco de Paula Souza, o diretor da Escola Politécnica.

A partir de 1950, torna-se uma rua destinada ao uso estrito de pedestre, nome oficializado pelo ATO nº 972, de 24/08/1916.
Legislação anterior: Lei nº 416, de 28 de agosto de 1899 e Resolução nº 82 de 12/03/1897.

Fonte: dicionarioderuas. wikipedia 
Fotos.  Guilherme Gaensly .
pinterest 
saopauloesuasruas

1900






1916










1920










quarta-feira, 17 de novembro de 2021

 

Avenida Vinte e Três de Maio

Ruas de São Paulo e sua Historia ou Historia do Homenageado.



Entre a Praça das Bandeiras e até a Rua do Paraíso, era um fundo de vale que dividia os bairros da Liberdade e da Bela Vista. Conhecido como "Vale do Itororó".

No final do século XIX, corria a céu aberto o Ribeirão do Anhangabaú, com a abertura de diversas ruas nesta região a partir de 1900, surgiu a "Rua Itororó", entre as atuais Ruas Condessa de São Joaquim e Pedroso, "Itororó", era uma referência ao córrego de mesmo nome que desaguava no Anhangabaú.

Através da Lei nº 3.209 de 31 de Julho de 1928, o então prefeito J. Pires do Rio aprovava um novo projeto para a então "Av. Itororó" desde a Rua João Julião e até a Rua Paraíso. 

Começava assim a futura Av. 23 de Maio, mais a construção demoraria ainda vários anos, somente em 1969 ela seria entregue ao tráfego, entre os anos de 1930 e 1940, a via passou a ser conhecida como "Av. Anhangabaú", entendia-se que era um prolongamento do "Parque do Anhangabaú". 

Em 1954, mais exatamente na sessão da Câmara Municipal do dia 05/05/1954, através do Projeto de Lei nº 170/54 foi proposto o nome de 23 de Maio, proposta essa assinado pelas Comissões de Justiça, de Educação e de Finanças e Orçamento, o que representava a maioria dos vereadores. 

"A grande data de 23 de maio de 1932, que marcou a reconquista da autonomia paulista em face da ditadura, ainda não tem na cidade a justa comemoração nas placas de uma rua, avenida ou praça. (...) A Avenida 23 de Maio ficará muito bem ao lado de sua irmã gêmea, a Avenida 9 de Julho, formando com um vértice na Praça das Bandeiras, um V que alto falará à alma paulista, simbolizando a vitória de São Paulo." Discutido novamente na sessão do dia 10/05/1954, o projeto transformou-se na Lei nº 4.473 de 22 de maio de 1954. 

 Cinco viadutos estavam concluídos: Dona Paulina, Brigadeiro Luís Antônio, Jaceguai, Condessa de São Joaquim e Pedroso, faltava o Viaduto da Rua João Julião, perto do hospital da Beneficência Portuguesa. 

A preocupação dos engenheiros foi fazer com que a 23 de Maio fosse uma avenida expressa, evitando os cruzamentos de nível. Mesmo incompleta, a população já podia contar com a avenida, construída para ligar o centro à zona sul, desafogando o trânsito da Av. 9 de Julho.

"A data de "23 de maio", nome desta avenida, relembra um dos mais importantes episódios ocorridos durante a "Revolução Constitucionalista de 1932". Na verdade, os acontecimentos daquele dia podem ser considerados como que um estopim da revolta armada que viria em seguida, opondo as forcas paulistas contra o governo federal que, naquela época, era chefiado por Getúlio Vargas. Já no dia anterior, 22 de maio, os ânimos estavam acirrados e passeatas de estudantes e do povo percorriam a cidade. No dia 23 outra manifestação tomou corpo e se dirigiu para a esquina da Rua Barão de Itapetininga com a Praça da República, onde se localizava a sede do PPP (Partido Popular Paulista) que apoiava Getúlio Vargas. Na sede do PPP estavam oito pessoas armadas e já preparadas para resistir a uma possível invasão. Os manifestantes foram recebidos a tiros e a massa popular se dispersou pelas diversas esquinas. Nesse primeiro momento morreram duas pessoas: Euclides Miragaia, estudante de Direito, e Antônio de Camargo Andrade, ficando feridas inúmeras outras. O povo se dividiu entre as esquinas da Rua D. José de Barros e Praça da República. Quem entrasse na Barão de Itapetininga recebia bala. Um bonde que para esta rua se dirigia foi tomado por alguns manifestantes. Tão logo apontou na esquina sofreu uma rajada de metralhadora que matou o estudante Mário
Martins de Almeida. Depois de quatro horas de troca de tiros de parte a parte, chegou um destacamento da Força Pública que isolou o prédio e forçou a rendição dos oitos atiradores do PPP. Também ferido nesse conflito, o jovem Drausio Marcondes de Souza (então com 14 anos de idade) morreu cinco dias depois, aos 28/05/1932. Dos nomes desses jovens surgiu a sigla MMDC (Martins, Miragaia, Drausio e Camargo) que se tornou o símbolo da Revolução de 1932. Esta, por sua vez, teve início no dia 9 de julho do mesmo ano. Um outro ferido nos conflitos de 23 de maio, Orlando de Oliveira Alvarenga, veio a falecer no dia 12/08/1932, quase três meses depois. Por isso, não houve tempo para incluir o seu nome na sigla".
(https://dicionarioderuas.prefeitura.sp.gov.br)


Logradouro oficializado através do ATO nº 947, de 08 de novembro de 1935.
Lei nº 4.473, de 22 de maio de 1954, trata da extensão do referido logradouro.

Nomes anteriores: Rua Itororó, Rua Comandante Saturnino, Avenida Itororó e Avenida Anhangabaú 

Fontes: dicionarioderuas Jornal da Tarde, "Cruzes Paulistas" Estadão
Fotos: pintirest 
educacao.uol.
rnews google


1914

1967

1968

1978


Monumento aos 80 Anos da Imigração Japonesa Tomie Otake



Monumento aos 80 Anos da Imigração Japonesa Tomie Otake





quarta-feira, 10 de novembro de 2021

 

Rua da Glória, Liberdade

Ruas de São Paulo e sua Historia ou Historia do Homenageado.



Rua da Glória foi, no princípio, o antigo Caminho do Mar que ligava São Paulo a Santos, por isso, ela  era conhecida como Estrada de Santos.

Uma das mais antigas e importantes vias de São Paulo, no dia 14 de Novembro de 1851, o vereador Cândido Ribeiro dos Santos apresentou um requerimento que foi aprovado, para rua que a conhecida como "Caminho de Santos" fosse alterado para Rua da Glória".

No século XVIII, existia nos arredores, a "Chácara de N. S. da Glória". que em 1741  era propriedade do Capitão Manuel Pinto Guedes, depois transferida para o Capitão-mor Manoel de Oliveira Cardoso a comprou. 

Anos depois a mesma chácara passou para Bispo D. Mateus de Abreu Pereira e depois passou para o patrimônio nacional. 

Em 1825, o governo provincial instalou no local o "Seminário da Glória", para abrigar meninas órfãs, após a transferência do Seminário para outro local, o prédio ficou em ruínas. 

Após ser reformado anos depois, o edifício abrigou a Casa da Pólvora e serviu como quartel para tropas militares. 

Em 1877, a chácara foi transformada em núcleo colonial, o que deu origem ao bairro da Glória.

Essa rua foi conhecida também por "Rua do Cemitério" uma vez que por ela se chegava ao antigo Cemitério dos Aflitos (que pode ser localizado atualmente no entorno do "Beco dos Aflitos").

E "Rua da Santa Casa", porque ali se localizava esse hospital ate 1884 quando foi transferido para a rua Dr. Cesário Mota Junior, 112 – Vila Buarque. o edifício da Sta Casa, foi demolido em 1888.

Fontes: wikipedia  santacasasp.org
Fotos: 
pinterest institutobixiga

1860 Militão Augusto de Azevedo




1910




1914



Sem data;