Bar Jacob
Rua José Paulino, quase esquina com a Rua Silva Pinto
Jacob Givertz, então com 18 anos,
nascido na Polônia, em 1916 tentou emigrar para os Estados Unidos, mas ao chegar não foi aceito pois tinha uma inflamação nos olhos, então seguiu para Buenos Aires, onde trabalhou como garçom e conheceu Anna Rabinovich, uma
jovem de 15 anos,que em 1913 chegara de Odessa, na Ucrânia, e se casaram em 1917, tiveram duas filhas ainda na capital argentina, Rebeca e Olga.
Por volta de 1924, emigraram para o Brasil e se instalaram no Bom Retiro e ali nascia o Bar e Restaurante Jacob, que também funcionava como um empório, vendia vinhos, licores e arenques importados, que vinham em grandes barris, além de pão preto, pepinos em conserva, carnes defumadas, salames, entre outros, e na Páscoa dos Judeus, vendia a matzá (pão ázimo).
O local se tornou um ponto de encontro principalmente de imigrantes judeus, que ali procuravam ajuda para localizar parentes e também trabalho em São Paulo, sendo que Jacob e Anna foram fiadores de muitos que acabavam de chegar de varias parte do mundo.
Tiveram mais duas filhas Aida e Carlota que nasceram pelas mãos de Olinda, parteira conhecida na época no Bom Retiro.
Faziam também a divulgação do Teatro Iídiche, e vendia ingressos, terminadas as sessões de teatro iídiche, atores como Gutovitch e empresários como Lubeltchic iam lá tomar seu chá.
Jacob era conhecido por sua solidariedade e não negava ajuda a quem pedisse, se questionado por ajudar desconhecidos respondia:
“Se alguém pede ajuda, não se pode negar; fiz a minha parte, a deles ficam em suas consciências.”
O locutor muito conhecido na época na apresentação do programa Hora Israelita, Salomão Esper dizia: Smaltz hering, quer comprar? Vai lá no Bar Jacob.”
A filha mais nova, ainda bebê, ficava dentro de uma caixa de maçãs que a mãe forrava, e as outras três filhas, já desde pequenas, ajudavam os pais, atrás do balcão.
No endereço hoje funciona uma loja de roupas de proprietário coreano, um grande balcão de madeira revestido com mármore dividia espaço com poucas mesas onde clientes se revezavam para alimentar o corpo com as especialidades iídiches e o espírito das tradições que remontavam às suas origens.
Era no Bar Jacob que muitos imigrantes judeus recém-chegados ao Brasil recebiam as cartas dos parentes que haviam deixado para trás.
Fontes: morasha. .ahjb.org
Fotos: morasha .ahjb.org
Fany Rabinovitch (avó), Jacob Givertz, Rebeca, Olga e Aida - Jardim da Luz - 1924 (Acervo AHJB) foto retirada do site Morashá. |
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