Cacique Tibiriçá
Foi um importante líder indígena tupiniquim dos primórdios da colonização portuguesa do Brasil, aliado dos portugueses, teve papel destacado nos eventos relacionados à fundação da atual cidade de São Paulo, em 1554.
O escritor Eduardo Bueno, baseado em Teodoro Sampaio, diz que "Tibiriçá" significa "vigilante da terra" em tupi, também cabendo a expressão "sentinela da serra"(*).
Já o tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro defende que "Tibiriçá", "Tebireçá" e "Tebireçá" provêm do tupi tebiresá, que significa "olho das nádegas" (tebira, "nádega"+ esá,"olho")(**).
Foi convertido e batizado pelos jesuítas José de Anchieta e Leonardo Nunes, recebendo o nome de batismo de Martim Afonso, em homenagem ao fundador de São Vicente, Martim Afonso de Sousa, passando a se chamar, então, Martim Afonso Tibiriçá.
Era chefe dos Guaianás, uma parte da nação indígena estabelecida na aldeia de Inhampuambuçu nos campos de Piratininga.
Irmão de Piquerobi, estrategicamente localizado na região leste, ás margens do rio Anhembi, ou Tietê (local chamado Uraraí e depois São Miguel Paulista, e de Caiubi, localizado na região sul, próximo à confluência dos rios Guarapiranga e Jurubatuba (região denominada de Ibirapuera e depois Santo Amaro) que se destacaram durante a colonização portuguesa do Brasil: o primeiro, como inimigo dos portugueses; e o segundo, como grande colaborador dos jesuítas.
Teve muitos filhos com a índia Potira, Ítalo, Ará, Pirijá, Aratá, Toruí, Bartira(casada com João Ramalho e batizada Isabel Dias) e Maria da Grã.
Em 1554, acompanhou Manuel da Nóbrega e Anchieta na obra da fundação de São Paulo e passou a residir onde hoje se encontra o Mosteiro de São Bento, espalhando seus índios pelas imediações.
A atual rua de São Bento quando aberta era chamada de Martim Afonso em sua homenagem.
Graças à sua influência, os jesuítas puderam construir cabanas para os novos convertidos nas proximidades do colégio.
A maior prova de fidelidade de Tibiriçá aos Jesuítas foi a 9 de julho de 1562 (e não 10 como habitualmente se escreve), quando, levantando a bandeira e uma espada de pau pintada e enfeitada de diversas cores, repeliu, com bravura, o ataque à vila de São Paulo efetuado pelos índios tupis, guaianás e carijós chefiados por seu sobrinho (filho de Piquerobi) Jaguaranho, no ataque conhecido como o Cerco de Piratininga, durante o combate, Tibiriçá matou seu irmão Piquerobi e seu sobrinho Jaguaranho.
Tibiriçá morreu em 25 de dezembro de 1562, como atesta José de Anchieta em sua carta enviada ao padre Diogo Laínes, devido a uma peste que assolou a aldeia.
Seus restos mortais encontram-se na cripta da Catedral da Sé.
Em 1580, Susana Dias, sua neta, fundou uma fazenda à beira do Rio Tietê, a oeste da cidade de São Paulo, próximo à cachoeira denominada pelos indígenas de "Parnaíba": hoje, é a cidade de Santana de Parnaíba.
fontes e fotos: wikipedia. garoahistorica
Cripta do Cacique Tibiriçá, na catedral da Sé |
Cripta do Cacique Tibiriçá, na catedral da Sé |
Imagem de domínio publico atribuída a Pedro Aguiar |
Ref: (*)BUENO, E. Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro. Objetiva. 1999. p. 60.
(**)NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 469, 602.
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