terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Dona Yayá
Sebastiana de Melo Freire.


Senhora da alta sociedade brasileira, membro de uma das mais importantes famílias do interior paulista (Mogi das Cruzes)
Filha de Josefina Augusta de Almeida Melo e Manuel de Almeida Melo Freire, empresário, fazendeiro, e político importante no estado de São Paulo.
Teve uma vida marcada por tragédias:
Ainda menina uma de suas irmãs morre asfixiada aos três anos de idade.
Algum tempo depois, outra irmã falece de uma infecção por tétano, aos treze anos.
Em 1899, morre sua mãe e, dois dias depois, seu pai, passa a ser tutorada, junto com seu irmão Manuel de Almeida Melo Freire Júnior, por Albuquerque Lins, futuro presidente do estado de São Paulo, e vem morar em São Paulo e passa a estudar no Colégio Sion e seu irmão na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
Em 1905, nova tragédia: Manuel, que ja era diagnosticado com doença mental, atira-se ao mar durante uma viagem a bordo de um navio com destino a Buenos Aires.
Com sua morte, Yayá torna-se a única herdeira dos Melo Freire e dona de uma vasta fortuna.
Residia em um palacete na Rua Sete de Abril, onde, hoje, se erguem a Galeria das Artes e a Galeria Sete de Abril, que dão passagem para a Praça Dom José Gaspar, e também para a Biblioteca Mário de Andrade e onde recebia seus amigos, promovia saraus e mantinha um estúdio completo de fotografia, e rejeitava todos os seus pretendentes, por considerá-los interesseiros, e mantinha uma afeição não correspondida pelo aviador Edu Chaves.
Em 1918, manifestam-se os primeiros sintomas de sua doença mental, que se segue uma tentativa de suicídio, no ano seguinte. Yayá é internada em um sanatório, pois sua residência na Sete de Abril era considerada inadequada para isolá-la, então em 1925, seus tutores adquirem um casarão no bairro do Bixiga, na época era afastado do centro de São Paulo.
Embora com recursos financeiros para o tratamento, submetida aos cuidados dos maiores especialistas, como Juliano Moreira e Franco da Rocha, pioneiros da psiquiatria brasileira, a doença de Yayá progride continuamente conhecida hoje como psicose esquizofrênica.
Yayá permaneceu isolada em seu casarão no Bixiga por 36 anos o imóvel foi todo adaptado para o seu tratamento, dos banheiros às janelas inquebráveis, que só abriam do lado de fora.
Além dela, ocuparam o casarão sua amiga Eliza Grant, seu enfermeiro, uma prima e os criados. A última reforma ocorreu em 1952, quando se construiu o solário, onde a enferma ficava ao ar livre. Dona Yayá faleceu em 1961, no Hospital São Camilo.
Sem herdeiros, a fortuna de Dona Yayá foi passada à Universidade de São Paulo em 14 de janeiro de 1968.
O patrimônio deixado compreendia o casarão do Bixiga, hoje chamado Casa de Dona Yayá, na Rua Major Diogo, 353 sede do Centro de Preservação Cultural da universidade, 27 casas na rua do Hipódromo, 8 na rua Piratininga, 6 na Visconde do Parnaíba, um edifício na rua que leva o nome de sua família, Mello Alves, outro na rua Augusta, parte do edifício Veneza, uma chácara de 36 alqueires em Mogi das Cruzes, onde hoje se encontra o Centro Cívico da cidade, além de inúmeros outros imóveis, terrenos, contas bancárias, títulos e outros bens.
Na ocasião, o reitor da universidade, Hélio Lourenço de Oliveira, comprometeu-se a "prestar modesta homenagem à memória da falecida, cujo sacrifício favoreceu a mocidade estudantil desprovida de recursos que demanda os diversos cursos universitários", acrescentando que "A USP cuidará do patrimônio com a responsabilidade que lhe cabe e fará com que ele sirva aos estudantes tanto quanto não pôde servir à desditosa interdita"

fontes e fotos: paulistando. vikipedia USP




Nenhum comentário:

Postar um comentário