O Palacete Santa Helena.
Praça da Sé.
De Propriedade de Manuel Joaquim de Albuquerque Lins, ex-presidente do Estado de São Paulo.
Idealizado por Giacomo Corberi, ele redesenhou a fachada com aumento do 4º andar e inseriu o cine-teatro, posteriormente outras alterações foram realizadas pelo arquiteto Giuseppe (José) Sachetti, referentes ao desenho da fachada e aos três pavimentos adicionais.
A construção foi encomendada a família Asson na década de 20 e dirigida por Manuel Asson, com a morte de Manuel no mesmo ano seus filhos Adolfo Asson e Luís Asson se tronaram responsáveis, sendo que Adolfo faleceu durante a construção.
Considerado um Arranha Céu era um prédio destinado ao comércio e serviços tinha lojas no térreo, subsolo e sobrelojas e 276 salas comerciais.
Projetado para ser um hotel, foi substituído por escritórios e um cine-teatro.
Equipados com elevadores Graham(anunciados como sendo de alta tecnologia)
Cine Teatro decorado pelo artista italiano Adolfo Fonzaris, tinha o mesmo nome do Palacete e ocupava 3 andares da área central e dispunha de camarotes no mezanino e uma galeria no piso superior, suas máquinas de renovação do ar tinham a capacidade de 160 metros cúbicos por minuto, revelando-se pioneiro em diversos aspectos(Segundo levantamento feito pela Companhia do Metropolitano, por ocasião da avaliação do prédio na década de 70, foi revelado que sua construção final tinha 36 frisas e 42 camarotes e o noticiário da época dá conta de que a lotação do teatro correspondia à ocupação de 1500 lugares), e no subsolo o salão de festa projetado foi transformado em outra sala de cinema o Cinemundi.
A inclusão do cine-teatro no projeto representava uma nova aposta na movimentação cultural, coincidindo com a Semana de Arte Moderna de 1922.
Com toda essas opções em um único local tornou-o o primeiro edifício multifuncional da cidade de São Paulo.
O Palacete foi concluído em 1925, alguns meses antes da morte de seu proprietário.
O palacete que foi idealizado para a elite paulistana sofreu com a decadência do centro velho e nas décadas de 30 ate 50 serviu de abrigo a diversos sindicatos e outras organizações de esquerda vinculadas ao partido comunista como Centro Juvenilista da Aliança Nacional Libertadora (ANL) e Juventude Popular, Estudantil e Proletária lideradas por Jorge Amado e Carlos Lacerda.
Em 1935, a ANL preparava o Congresso Juvenil Comunista, o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), invadiu o edifício Santa Helena e prendeu várias pessoas esta passagem ficou conhecida naquela época como “A Batalha da Sé”.
Paralelo a isso era comum a circulação de artista renomados que chegaram a formar o chamado Grupo Santa Helena: Aldo Bonadei (1906-1974), Alfredo Rullo Rizzotti (1909-1972), Alfredo Volpi (1896-1988), Clóvis Graciano (1907-1988), Fulvio Pennacchi (1905-1992), Humberto Rosa (1908-1948), Manoel Martins (1911-1979), Mário Zanini (1907-1971) e Rebolo Gonsales (1902-1980).
Dividido entre os herdeiros de Manuel Joaquim de Albuquerque Lins e Helena de Sousa Queiróz, e no auge da crise dos aluguéis e da Lei do Inquilinato de 1942, foi vendido ao IAPI (Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários) em 1944.
Suas salas de cinema passaram a exibir produções baratas e os conjuntos de escritórios eram alugados para os ocupantes mais diversos. Um deles ofereceu um curso de madureza, o Educabrás, que ocupou parte do edifício nos anos 60, até a sua demolição.
O Palacete Santa Helena começa a ser demolido na tarde do dia 23 de outubro de 1971 e, depois de 117 dias de marretadas, some do cenário da cidade de São Paulo.
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