segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos

Largo do Paissandu
Construída entre 1721 e 1722, na Praça Antônio Prado, era um espaço de reunião de negros e escravos que celebravam ritos católicos misturados com crenças de origem banto.
Sua história começa com uma petição em 1721, ao rei de Portugal, pedindo permissão para construir um templo "que pudesse solenizar os mistérios do Rosário da Mãe de Deus" apesar de não haver registros da resposta real, presume-se que ela tenha sido favorável, uma vez que nos anos seguintes começou a arrecadação de fundos para construir a igreja. Nesse mesmo ano, enquanto não tinham recursos nem a permissão oficial, os escravos, proibidos de frequentar as igrejas dos brancos, construíram uma pequena capela nas proximidades do ribeirão do Anhangabaú (Atual Pça Antônio Prado) na época, um subúrbio da cidade conhecido pelas reuniões de escravos e alforriados, essa primeira igreja foi construída de taipa de pilão e tinha características predominantemente barrocas.
No Livro do Tombo da Sé há uma referência ao fato: ele diz que a Virgem do Rosário foi "colocada pelos pobres escravos e pretos com toda a devoção na Capela que edificarão por graça do Ex. Snr. d. Antonio de Guadelupe". Como a irmandade era muito pobre, constituída por escravos e alforriados, quase todos os elementos que compunham a primeira igreja, como móveis, madeira, imagens de santos, tecido, toalhas e bordados para o altar, foram adquiridos através de doações muitas recebidas do ermitão Domingo de Melo Tavares, devoto da Irmandade dos homens pretos, que fez uma peregrinação por Minas Gerais recebendo esmolas em nome da Irmandade. 
Em 10 de julho 1728  esse terreno, no qual a primeira capela tinha sido construída, que foi doado pela Câmara de São Paulo com o terreno e os 10 mil cruzados que o ermitão Tavares recolhera de doações em Minas Gerais, e iniciada as obras da igreja que só ficariam prontas apenas em 1737.
 A conclusão das obras foi comemorada com a celebração de uma missa seguida da festa de Congos (congada), outras referências à igreja registradas são de épocas bem posteriores: há duas cartas registradas na Câmara em 1750 e, em 1783, ela figura em uma relação de templos paulistas feita por Manuel Cardoso de Abreu
Em 5 de novembro de 1745, o ermitão que arrecadou os fundos para ereção da igreja foi nomeado Administrador Perpétuo das Obras da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
"O antigo templo ficava na atual rua 15 de Novembro, na esquina com a atual Praça Antônio Prado. Sua fachada ficava na rua 15 de Novembro, e era formada por quatro janelas, uma torre do lado esquerdo, que possuía uma janela baixa, e duas portas. Sua outra face, voltada para o Largo do Rosário, possuía uma porta de entrada para a sacristia e uma janela acima desta. A capela-mor possuía seis tribunas e um altar com painel da N. S. do Rosário, ao lado de S. Roque e S. Antônio. O corpo da igreja possuía quatro tribunas, dois púlpitos e dois altares, sendo um para Bom Jesus da Prisão, Santa Ifigênia e Santo Elesbão e outro para o Sagrado Coração de Jesus. A capela do Bom Jesus da Pedra Fria ficava à esquerda da igreja, sendo o outro lado tomado pela sacristia e um altar de Nossa Senhora das Dores"(citação de Pinto, Alfredo Moreira. A cidade de São Paulo em 1900. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, 1979.)
Com o processo de urbanização iniciado pelo prefeito Antônio Prado, a antiga igreja foi demolida em 1903 e reconstruída onde se encontra atualmente. A nova igreja foi consagrada em 1906, quando grande procissão, acompanhada por banda, trasladou as imagens do antigo templo.
A irmandade recebeu indenização foi de 250 contos de réis mais o terreno no Largo do Paissandu, onde se encontra atualmente a igreja, e  enquanto a nova igreja era construída os ritos dos homens pretos ocorreram na Igreja de São Bento de Pedra, localizada na Praça da Sé.
Polêmica envolvendo a medida foi o fato do antigo terreno da irmandade ter sido doado a Martinico Prado, irmão do prefeito, no local foi construído o Palacete Martinico Prado, que já foi utilizada pelo Citybank e atualmente acolhe a Bolsa Mercantil e de Futuros.
A igreja foi tombada em 1992 pela Conpresp e é considerada uma capela dependente da Igreja paroquial de Santa Ifigênia.
fonte: vikipedia
fotos: Arquidiocese de São Paulo vikipedia brazilmycountry







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