Escola Normal de São Paulo
Escola Normal Caetano de Campos
09 de novembro de 1846, instalada em um prédio junto à Catedral da Sé,(foto 1) a escola tinha como regente e único professor o Dr. Manoel José Chaves, e tinha como missão a formação de professores primários.
O curso tinha duração de dois anos e as disciplinas contavam eram: gramática e língua nacional, teoria e prática de aritmética, noções de geometria, caligrafia, princípios de religião do Estado, lógica métodos e processo de ensino lecionadas pelo mesmo professor e as turmas variavam entre 11 e 21 alunos matriculados por ano.
21 anos depois a Escola foi fechada por falta de verba e devido à aposentadoria do Prof. Dr. Manoel José Chaves, só reabrindo em 1875, em uma ala da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco;(foto 2) passando a aceitar o sexo feminino mas as alunas estudavam em local e horário separadas dos alunos para não haver contato entre eles: nem físico nem perceptivo.
Mais 11 anos novo fechamento, desta vez por problemas de instalação, material didático e
baixa frequência bem como aproveitamento sofrível: dos 214 alunos matriculados no período, apenas 44 receberam carta de habilitação, ou seja: se formaram.
Em 1880 é reaberta, na Rua do Tesouro, no prédio do Fórum Civil e depois no número 39 da Rua da Boa Morte (Rua do Carmo),(foto 3) onde durante uma visita do Imperador D. Pedro II recebeu a classificação de “pardieiro” dadas as péssimas condições do prédio.
Passados todos percalços, em 1890, assume a direção da Escola Normal, o médico Dr. Antonio Caetano de Campos faz grandes reformas no âmbito do ensino da Província, e além da construção de um edifício grandioso para a escola Normal, agrega dois anexos para “Escolas-modelo”. como objetivo, além do ensino primário, o aperfeiçoamento de professores através do estágio das normalistas e, foram designadas duas notáveis educadoras: dona Maria Guilhermina Loureiro de Andrade e a americana Márcia Brow.
Em 1894 é inaugurado o novo edifício da Escola Normal, na Praça da República, projeto do arquiteto Antônio Francisco de Paula e execução do engenheiro Ramos de Azevedo, inicialmente com 2 pavimentos e anos depois acrescido de outro.
A o longo de sua existência sofreu diversas intervenções em sua estrutura para atender o tralado urbano da região, nos anos 70 foi ameaçado de demolição pelo Metro e só resistiu pelo repudio da população.
Diante da proposta de derrubada do prédio da Escola Normal, apresentada pelo
presidente da Companhia do Metrô, em reunião para a implantação da linha LesteOeste do metrô em São Paulo, o engenheiro Ernest Robert de Carvalho Mange então presidente da Empresa Municipal de Urbanização –EMURB, reagiu assim:
“Eu não vou aceitar isso. Eu acho um absurdo que, para se construir uma estação do Metrô se derrube a cidade! Meu Deus do Céu! O Metrô foi criado exatamente para circular debaixo da cidade e para não derrubá-la. Para não fazer essa política horrenda que nós fazemos nessa cidade até hoje, de derrubar a cidade para abrir avenidas, é um absurdo urbanístico! É um contrassenso, eu não tenho como qualificar isso, é uma selvageria, a sociedade está destruindo o seu passado.(...) Eu não vou admitir isso.(...) Peço licença para me retirar porque não posso participar desse ato de vandalismo, desse assassinato da cultura!.”*
*Crédito do texto: CRE-Mário Covas, SP.
O Jardim de infância em forma de cúpula,(foto 4) foi demolido para dar lugar à Av. São Luís, que atualmente liga a Praça da República à Rua da Consolação.
Em 1976 o prédio foi tombado pelo CONDEPHAAT e, em 1978 o colégio foi desmembrado: inicialmente para o bairro da Aclimação em um antigo terreno da Faculdade de Veterinária da USP e, posteriormente uma parte dos alunos foi para uma sub-sede no Colégio Visconde de Porto Seguro, antiga Deutsche Schule (Escola de Alemão) na Praça Franklin D. Roosevelt, próximo a sua antiga sede na Praça da República.
Algums ilustres alunos do Colégio Caetano de Campos
Sérgio Buarque de Holanda (professor e historiador), Conde Francisco Matarazzo, Mário de Andrade (escritor e historiador), Cecília Meireles (escritora), Oscar Americano (engenheiro), Oswald de Andrade, Esther de Figueiredo Ferraz, Ludgero Prestes, Cincinato Braga, André Franco Montoro e Dorina Nowil (fundadora do Instituto de Educação para Cegos do mesmo nome).
Atualmente o prédio abriga a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
fonte: http://lemad.fflch.usp.br vikipedia
fotos: lemad.fflch
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
D.H. – Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Disciplina: Uma História para São Paulo – Um Desafio Pedagógico
Profa. Dra. Antonia Terra Calazans Fernandes
Aluno: José Heleno Barbosa – 8629746
ESCOLA NORMAL DE SÃO PAULO - 1846
( Um pioneirismo na educação da Cidade de São Paulo)
Dezembro de 2013
Este documentário é precioso, agradeço
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