sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

 Escola Paulista de Medicina

"Em 1 de junho de 1933, em uma casa situada na Rua Coronel Oscar Porto ocorria a fundação de uma incipiente e promissora Escola Médica por um grupo de destacados jovens médicos, criativos, com alma de pioneiros, dotados de invulgar dose de entusiasmo, possuidores do desejado espírito de luta e imbuídos do continuado amor ao trabalho, que tiveram a ventura de transmitir as gerações que os sucederam, essa excelente soma de virtudes e idealismo" 
O discurso de posse do primeiro diretor, Prof. Octavio de Carvalho, proferido a 15 de julho de 1933, começava assim: "Qual as nascentes cabeceiras que, uma a uma, afluem e se confluem para formar o Amazonas, o Nilo ou as catadupas do Niagara, arrastando barreiras, lutando contra obstáculos intransponíveis, porém avançando sempre, nasceu a Escola Paulista de Medicina, oriunda, por sua vez, de acontecimentos sociais inelutáveis... A Escola Paulista de Medicina não é aventura, nem leviandade daqueles que assumiram a responsabilidade de sua ereção. Ela se ergue pobre na simplicidade de suas instalações, porém suficientes; modesta na parcimônia justa de seus instrumentários, porém soberba na majestade de seu idealismo desinteressado".    
Quando a Escola Paulista de Medicina foi fundada não possuía um único metro quadrado, mas foi grande o ideal e persistente a ação de seus fundadores: um grupo de cientistas e médicos com atuação destacada e idades variando de 27 a 54 anos. Na cerimônia do lançamento da estaca fundamental do Hospital São Paulo (1936) recitou o poeta Guilherme de Almeida: "Aí está, germinada e prosperada a semente; aí está, florescido o ideal; aí está, frutificado o empreendimento! Aí está a Escola Paulista de Medicina. A árvore boa, em boa hora, sob um bom signo, numa boa terra e por boas mãos plantada". Conseguiram de uma forma provisória, mas adequada, instalações para que o curso básico progredisse sem grandes transtornos.
Em 1935  compra da Chácara Schiffini na Rua Botucatu, nº 90, por quatrocentos e cinquenta contos de réis, estava resolvida a problemática do terreno; lá se construiria a Escola e o Hospital São Paulo, ficando somente dois problemas a resolver: Primeiro o dinheiro para a construção e Segundo tempo para a construção.
Afinal a escola existia e era preciso doentes para as aulas praticas, com a ajuda do Conde Francisco Matarazzo conseguiram doentes do Hospital Humberto Primo para as aulas e estudos clínicos.
Em uma Campanha pró-hospital o Sr. José Maria Whitaker, Erasmo Assunção, D.M. Weilington e Horácio de Mello, conseguiram amostras de algodão e de café do Departamento Nacional do cafe negociáveis em benefício da construção do hospital, participaram também, Dr. Franciasco Perrone, Dr. José Medina e Junqueira Meirelles.
Convenceram Dona Maria Tereza Nogueira de Azevedo a doar um grande valor e  com este dinheiro, mais um empréstimo de dez mil contos de reis junto a Caixa Econômica Federal, readaptaram a casa da Chácara Schiffini, em pouco mais de dois meses surgia o Hospital (constituído de um prédio de dois pavimentos) com 100 leitos, o "Pavilhão Maria Tereza" sede provisória do Hospital São Paulo, e no andar térreo instalaram-se as enfermarias dos Profs. Octavio de Carvalho e Lemos Torres, e um pequeno Laboratório de Análises, futuro Laboratório Central do Hospital São Paulo.
 Em 30 de setembro de 1936 era lançada a pedra fundamental do Hospital São Paulo, o sonho conçava a se realizar, A Escola consolidava-se e foi pioneira em muitas áreas: construiu o primeiro hospital-escola do país, o primeiro curso Biomédico,  criou o Departamento de Medicina que só seria oficialmente implantada no ensino superior brasileiro em 1965.
A Escola Paulista de Medicina instalou-se em sede definitiva à Rua Botucatu em 30 de setembro de 1936 e  reconhecida oficialmente em 31 de maio de 1938 e inaugurou o Pavilhão Maria Thereza em 19 de junho de 1937.
Pelo Decreto Presidencial de 21 de janeiro de 1956, a escola foi federalizada e a UNIFESP-EPM foi uma das pioneiras em implantar Programas de Residência Médica no Brasil.
Hoje, a universidade conta 5 cursos de graduação com cerca de 1400 alunos, 38 programas de pós-graduação nível mestrado e 37 de doutorado aprovados pela CAPES com cerca de 2100 alunos, e cerca de 1500 alunos de especialização distribuídos em 100 programas de extensão, além de uma significativa produção científica. 
fonte: unifesp.br hospitalsaopaulo.org
fotos: hospitalsaopaulo.org davidferez s2.glbimg

O Poeta e Escritor  Guilherme de Almeida.





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